Atlas Regionais

Elaborado entre os anos 1960-62, sob coordenação do professor Nelson Rossi, e financiado totalmente pela Universidade Federal da Bahia, o APFB foi o primeiro atlas lingüístico brasileiro.

Obra pioneira, contou com uma rede de pontos de 50 localidades, distribuídas pelas 16 zonas fisiofráficas do Estado, e com um extrato questionário de 182 perguntas, selecionadas com base em uma versão de questionário mais ampla contendo 3.000 questões, divididas nas áreas semânticas TERRA, VEGETAIS, HOMEM, ANIMAIS.

O atlas teve um total de 100 informantes, 57 mulheres e 43 homens, com idade variando entre 25 e 60 anos. Com relação à escolaridade, todos eram analfabetos ou semi-analfabetos.

O APFB apresenta como inovação, em trabalhos dessa natureza, a aplicação de um teste de reconhecimento ou teste de identificação: após a aplicação do inquérito, indaga-se ao informante sobre o conhecimento de determinadas expressões, obtidas numa sondagem inicial, mas não documentadas na entrevista.

O objeto desse atlas é o mapeamento da área baiana dos falares baianos, que compreende, segundo a classificação de Antenor Nascentes, os Estados da Bahia, Sergipe, norte de Minas, leste de Goiás e do atual Tocantins.

COLABORADORES:  Dinah Maria Isensee, Carlota Ferreira, Josefina Barletta, Judith Freitas, Ana Maria Garcia, Cyva Leite, Edelweiss Nunes e Tânia Pedrosa..

Referência: ROSSI, Nelson. Atlas Prévio dos Falares Baianos. Rio de Janeiro: INL, 1963.

Tendo como autores os professores Mário Roberto Lobuglio Zágari, José Ribeiro, José Passio e Antônio Gaio, o EALMG teve seu primeiro volume publicado em 1977, sendo o segundo atlas lingüístico elaborado no Brasil.

Contando com uma rede de 184 localidades e informantes analfabetos e de nível superior, o EALMG concilia métodos tradicionais da pesquisa geolingüística com outros modernos, oriundos da sociolingüística norte-americana, não se restringindo, assim, mais ao informante do tipo "HARAS" (homem, adulto, rurícola, analfabeto e sedentário), mas abrindo a possibilidade de análise de outros níveis de variação lingüística. Os resultados do atlas apontam para a confirmação da existência de três falares distintos no território mineiro: o falar baiano ao norte, o falar paulista no sul-sudeste e o falar mineiro no centro-leste.

COLABORADORES: Cláudia Coutinho; Edimilson Pereira; José Dionísio Ladeira; Núbia Magalhães Gomes.

Referência: RIBEIRO, José et. al. Esboço de um Atlas Lingüístico de Minas Gerais. v. 1. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa; Universidade Federal de Juiz de Fora, 1977.

Terceiro atlas regional publicado no Brasil, o ALPB faz parte de um projeto mais amplo do Curso de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba, a saber: o "Levantamento Paradigmo-Sintagmático do Léxico Paraibano".Coordenado pela Professora Maria do Socorro Silva de Aragão, e realizado conjuntamente com a professora Cleuza Bezerra de Menezes, o ALPB contou com uma exaustiva etapa de preparação de sua equipe de pesquisadores e com um intenso trabalho de levantamento bibliográfico relativo à Dialectologia e Geolingüística, no Nordeste, no Brasil e no exterior. Sua rede de localidades teve 25 municípios como bases, mais 3 municípios satélites por base, que serviram para controle e convalidação dos dados obtidos, mas que não aparecem individualizados nas cartas.

O questionário aplicado, fruto do aperfeiçoamento de três outras versões, compunha-se de duas partes: uma geral com 289 questões e uma específica com 588. A parte geral compreendia os campos semânticos A TERRA, O HOMEM, A FAMÍLIA, HABITAÇÃO E UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS, AVES E ANIMAIS, PLANTAÇÃO, ATIVIDADES SOCIAIS. A específica se referia aos cinco principais produtos agrícolas do Estado: mandioca, cana-de-açúcar, agave, algodão e abacaxi.

Referência: ARAGÃO, Maria do Socorro Silva de.; BEZERRA DE MENEZES, Cleusa P. Atlas Lingüístico da Paraíba. Brasília: UFPB/CNPq, Coordenação Editorial, 1984; v. 1, 2.

 

O ALS, coordenado pelo professor Nelson Rossi, constitui-se um passo a mais no mapeamento lingüístico da área dos falares baianos pela equipe de Dialectologia do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, iniciado com a elaboração do Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB - 1963), que abrangia a área do Estado da Bahia. Principiado em 1963, concluído em 1973 e publicado apenas em 1987, o ALS foi o quarto atlas lingüístico brasileiro. Em Sergipe, foi possível aperfeiçoar os instrumentos metodológicos utilizados na Bahia. Dessa forma, o questionário definitivo do ALS, resultado de uma seleção de duas versões preliminares testadas, teve um total de 686 questões: 181 retiradas do Extrato de Questionário aplicado para o APFB e 505 selecionados dos questionários preliminares.

As questões recobriam as mesmas áreas semânticas do APFB: TERRA, VEGETAIS, HOMEM e ANIMAIS. Também em conformidade com a metodologia do APFB, foi aplicado um "teste de identificação" referente tanto a formas obtidas no APFB quanto a outras identificadas preliminarmente na área do inquérito.A rede de pontos contou com um total de quinze localidades, distribuídas por cinco zonas fisiográficas do Estado. Das quinze localidades, 7 coincidem com pontos da proposta de Nascentes.

Os informantes, dois de cada localidade, pertencem a ambos os sexos, têm escolaridade variando entre analfabetos (21) e alfabetizados (1), passando por "semi-analfabetos" (8), e idade variando predominantemente entre 35 e 53 anos. AUTORES: Nelson Rossi; Carlota Ferreira; Judith Freitas; Nadja Andrade; Suzana Cardoso; Vera Rollemberg; Jacyra Mota.

Referência: FERREIRA, Carlota et al. Atlas Lingüístico de Sergipe. Salvador: UFBA - Instituto de Letras/Fundação Estadual de Cultura de Sergipe, 1987.

Quinto atlas lingüístico do país, o ALPR foi levado a efeito como Tese de Doutoramento da Professora Vanderci de Andrade Aguilera, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), apresentada em novembro de 1990. Tal atlas apresenta como objetivo, além da documentação cartográfica da variação lexical e da variação fonética e a delimitação de isoglossas, a organização de um glossário, no qual se registra "todo vocabulário cuja forma e/ou sentido" não pertence "ao vocabulário ativo de um falante da norma padrão urbana". O questionário aplicado foi, basicamente, o mesmo do Projeto da Atlas Lingüístico do Estado de São Paulo (ALESP), contendo 325 questões e abrangendo os campos semânticos de TERRA e HOMEM, subdivididos em: TERRA: (a) natureza, fenômenos atmosféricos, astros, tempo; (b) flora; (c) plantas medicinais; (d) fauna;

HOMEM: (a) partes do corpo, funções, doenças; (b) vestuário e calçados; (c) agricultura, instrumentos agrícolas; (d) brinquedos, jogos infantis; (e) lendas e superstições. A seleção das localidades para a rede de pontos partiu, inicialmente, da proposta de Nascentes para o atlas nacional, que continha 24 pontos para o Estado do Paraná. A tais localidades foram acrescentadas outras 41, totalizando 65 localidades, que contemplavam todas as 24 microrregiões fisiográficas paranaenses.Os informantes têm entre 27 e 62 anos, tendo sua escolaridade variando entre analfabetos e de primário completo.

COLABORADORES: Ivone Alves de Lima; Rita de Cássia Paulino; Elaine Cristina Fabris.

Referência: AGUILERA, Vanderci de Andrade. Atlas Lingüístico do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial do Estado, 1994.

O ALS-II foi desenvolvido como tese de doutoramento da Professora Suzana Alice Marcelino Cardoso, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2002, e é o segundo volume do Atlas Lingüístico de Sergipe (ALS), no qual se utiliza o corpus não explorado no primeiro volume. Centrado na área semântica HOMEM, o ALS-II aborda, também, outras variáveis lingüísticas não contempladas no ALS-I, como a diagenérica. Constitui-se de um conjunto de 108 cartas, 105 das quais são semântico-lexicais e 3 introdutórias. A rede de pontos constitui-se de 15 localidades, distribuídas por todas as microrregiões homogênas do estado, contando, cada ponto, com dois informantes, identificados com A-mulheres e B-homens e escolhidos conforme os critérios configurados como básicos para os estudos dialetais — nascidos na cidade objeto de estudo, filhos, preferentemente, de pais da mesma localidade, não-alfabetizados ou semi-alfabetizados, com afastamento nulo ou por pouco tempo do ponto de residência.

O ALS-II também apresenta comentários às cartas, segundo uma perpectiva sócio-antropológico-lingüística, sobre aspectos salientados pelas informações cartografadas, o que permite classificar esse volume segundo do Atlas Lingüístico de Sergipe entre aqueles chamados atlas de segunda geração, ou seja, aqueles que não só apresentam os dados, mas intentam, já, uma interpretação.

Referência: CARDOSO, Suzana Alice Marcelino da Silva. Atlas Lingüístico de Sergipe II. Rio de Janeiro: S. A. M. da S. Cardoso, 2002. 2v.

Sexto atlas brasileiro, o ALERS inova por ser o primeiro a não se limitar ao mapeamento de um Estado. Coordenado pelo Professor Walter Koch, este atlas abrange aspectos tanto lingüísticos quanto culturais referentes aos três Estados da região Sul do país.Sua rede de pontos possui 294 localidades, sendo 106 no Paraná, 86 em Santa Catarina e 102 no Rio Grande do Sul. A exemplo do ALiB, o ALERS conta com três tipos de questionários, totalizando 711 questões: 26 questões no Questionário Fonético-fonológico (QFF), além de outras 24 questões para as áreas de colonização não-lusa; 75, no Questionário Morfossintático (QMS); e 610, no Questionário Semântico-lexical. Os informantes têm idade entre 28 e 58 anos e pouca escolaridade, sendo 2 por localidade nas áreas rurais e 3 nas áreas urbanas.

Duas outras inovações do ALERS estão na utilização de um programa de cartografia digital e a apresentação de um glossário dos termos levantados no QSL, em anexo. COLABORADORES: José Luiz da Veiga Mercer; Basilio Agostini; Hilda Gomes Vieria; Felício Wessling Marjotti; Mário Silfredo Klassmann; Cléo Vilson Altenhofen.

Referência: KOCH, Walter; Klassmann, Mário Silfredo; ALTENHOFEN, Cléo. Atlas Lingüístico-etnográfico da Região Sul do Brasil. Porto Alegre/Florianópolis/Curitiba: Ed. UFRGS/Ed. UFSC/ Ed. UFPR, 2002. v. 1, v. 2.

O ALISPA (Atlas Lingüístico Sonoro do Pará), coordenado pelo Prof. Dr. Abdelhak Razky, é um projeto intregado ao ALIPA. Este projeto abrange as dez cidades correspondentes à pesquisa urbana do ALIPA. A coleta de dados foi feita através de um questionário (de caráter fonético-fonológico), com 159 perguntas, aplicado a quatro informantes por cidade, estratificados por sexo, idade e escolaridade (até a 4ª série). O projeto ALISPA já foi concluído e está atualmente publicado em CD- ROM.

Referência: RAZKY, Abdelhak. (Org.) Atlas lingüístico sonoro do Pará. Belém: PA/CAPES/UTM, 2004. CDRoom.

Apresentado como tese, o ALiPTG foi organizado por Maria das Neves Pereira, em 2007.  Utilizou-se da fala de 24 informantes, em cinco municípios, dentre os onze que compõem a rede de pontos do Projeto Atlas Linguístico do Rio Grande do Norte. Para a pesquisa, foram adotados os Questionários Linguísticos do Projeto ALiB: Questionário Fonético-fonológico (QFF), Questionário Semântico-lexical (QSL), Questionário Morfossintático (QMS). O estudo constitui-se de dois volumes. No segundo volume, são apresentadas 80 cartas lingüísticas: 35 cartas fonéticas, 10 morfossintáticas e 35 cartas léxicas.

Referência: PEREIRA, Maria das Neves. Atlas geolinguístico do litoral potiguar. Rio de Janeiro: UFRJ, Faculdade de Letras, 2007. 2v. Vol I: 123p. mimeo. Vol II 189p. mimeo. Tese de Doutorado em Letras Vernáculas.

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Foi organizado por Dercir Pedro de Oliveira. A rede de pontos está constituída por 32 localidades. É composto de cartas fonéticas, semântico-lexicais e morfossintáticas.

Referência: OLIVEIRA, Dercir. Pedro de (Org.). ALMS - Atlas Lingüístico de Mato Grosso do Sul. 1. ed. Campo Grande: Editora UFMS, 2007. 271 p.

Resumo: A região do Grande ABC paulista, formada por sete municípios – Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra –, tem uma importância considerável no contexto sócio-político-econômico-cultural do Brasil. Dentre outras características, percebe-se a grande mobilidade da população, fazendo crer que, atualmente, na região do Grande ABC, há poucos usuários que falam a norma da região. Por isso, faz-se necessário resgatar, o mais rápido possível, a variação semântico-lexical da língua falada no Grande ABC, como forma de se registrar a memória lingüística da comunidade dessa região. A presente tese busca registrar parte desse cabedal lingüístico e tem por objetivo geral descrever a norma semântico-lexical da região do Grande ABC paulista, com vistas ao Atlas Semântico-Lexical da Região do Grande ABC. Com base nos postulados da Geolingüística contemporânea, aplicou-se o Questionário Semântico-Lexical do Projeto ALiB, versão 2001, em nove pontos da região a 36 sujeitos subdivididos em duas faixas etárias – 18 a 30 e 50 a 65 anos de idade – e nos dois gêneros – feminino e masculino. Com as respostas obtidas nas entrevistas, elaborou-se um banco de dados semântico-lexical, disponível em CD-ROM, e, posteriormente, foram os dados tratados e documentados cartograficamente, a fim de que se pudesse elaborar o quadro da diversidade semântico-lexical do falar da região do Grande ABC. Além do referencial teórico-metodológico da Geolingüística e da Lexicologia, a partir de obras de Pottier e Barbosa, utilizou-se a abordagem de Norma efetuada por Coseriu, e complementou-se com noções de Estatística Lexical, propostas por Muller, sobretudo as referentes a freqüência. Ao final, chegou-se a um conjunto de 202 cartogramas lingüísticos, que não apenas revelam a norma semântico-lexical do Grande ABC, como também constituem um retrato, ainda que parcial, do falar paulista.

Referência: CRISTIANINI, Adriana Cristina. Atlas Semântico-Lexical da Região do Grande ABC. 2007.  772f. Tese (Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Lingüística. Área de concentração: Semiótica e Lingüística Geral) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

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Resumo: O Atlas Linguístico da Mata Sul de Pernambuco-Almaspe tem como objetivo a descrição da realidade linguística da língua portuguesa na Mata Sul Pernambucana no aspecto semântico-lexical, mostrando as características de diferenciações linguísticas na região, oferecendo não só aos professores, lexicógrafos, gramáticos e autores de livros didáticos, dados importantes para o conhecimento da língua, sua produção e seu ensino. Para sua confecção, foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica em diferentes direções, o que nos possibilitou mostrar as mais relevantes contribuições de dialetólogos antigos e atuais, sem esquecer o contexto político-cultural do Brasil, nas diferentes épocas. A pesquisa de campo baseou-se nos princípios teórico-metodológicos da Geolinguística, com a delimitação do corpus, rede de pontos, perfil histórico dos municípios investigados, inquiridores, informantes, questionário, entrevistas, apresentação das cartas. As cartas mostram as variações diatópicas, diastráticas, diacrônicas, diageracionais e diagenéricas, constituindo-se, assim, num Atlas Linguístico Pluridimensional. Nas considerações finais foram feitas as recapitulações sintéticas dos resultados e da discussão do estudo e pesquisa. O Atlas Linguístico da Mata Sul de Pernambuco-Almaspe, compõe-se de um volume compreendendo o histórico de Pernambuco, destacando o histórico da Mata Sul, a fundamentação teórica, a metodologia, as cartas-léxicas, conclusão, referências e anexo.

Referência: ALMEIDA, Edilene Maria de Oliveira. Atlas Linguístico da Mata Sul de Pernambuco-Almaspe. 2009. 149f. Dissertação (Mestrado em Linguagens e Cultura) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2009.

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O ALMESEMT foi apresentado como dissertação em 2009, de autoria de Marigilda Antônio Cuba. A pesquisa foi realizada em oito localidades (Alto Araguaia, Campo Verde, Dom Aquino, Guiratinga, Itiquira, Poxoreo, Rondonóplis e Tesouro). O estudo constitui-se de dois volumes. O segundo volume contém  122 cartas fonéticas e 121 lexicais. 

Referência: CUBA, M. A. Atlas Linguístico da Mesorregião Sudeste de Mato Grosso. Dissertação (Mestrado em Estudo de Linguagens)  Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS, 2009.

O ALECE começa a sua história em 1978, atravessa 3 décadas e vem a ser publicado em 2010. O tempo que vai da concepção de um atlas até a sua publicação não deve causar admiração, pois a história dos estudos dialetais está repleta de exemplos dessa natureza, o que apenas prova as dificuldades por que passa a Dialectologia para alcançar os seus objetivos. Mas o importante é que os atinge.

Constitui-se o ALECE de dois volumes, e trata-se de uma obra coordenada, na sua origem, por Alexandre F.Caskey, José Carlos Gonçalves, Mário Roberto Lobuglio Zágari e por José Rogério Fontenele Bessa que é o coordenador geral e coordenador da publicação. O primeiro volume, Introdução, trata dos antecedentes históricos, da orientação teórica e da metodologia seguida. O segundo volume, Cartogramas, traz as cartas lexicais e um glossário, a que se seguem a bibliografia geral e as fontes lexicográficas consultadas.

Os cartogramas, em número de 256, contemplam dados lexicais e fonéticos e mapeiam os resultados da pesquisa efetuada em 70 localidades e com dados recolhidos a quatro informantes por ponto da rede, observando-se, na composição, igual número de homens e mulheres que se distribuem, equitativamente, entre analfabetos e pessoas com o 1º grau completo, com idade entre 30 e 60 anos.

Referência: BESSA, José Rogério Fontenele (coordenador). Atlas Linguístico do Ceará. Vol.I – Introdução, Vol.II – Cartogramas. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza: Edições UFC, 2010.

Resumo: A presente tese tem por objetivo geral descrever a norma semântico-lexical dos quatro municípios – Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba – do ponto de vista geolinguístico e elaborar o Atlas Semântico-Lexical do Litoral Norte do Estado de São Paulo. Em função de diversos processos de urbanização, significativas mudanças no panorama cultural e linguístico estão ocorrendo na região. Em razão disto, é preciso resgatar e registrar, o mais rápido possível, a riqueza lexical existente nessas localidades e contribuir não só para a elaboração do Atlas Linguístico do Estado de São Paulo e do Atlas Linguístico do Brasil, mas também para as mais diversas pesquisas da língua portuguesa falada hoje no País. Elaborou-se este estudo a partir de elementos teóricos da Geolinguística, que parte da aplicação de um questionário numa rede de pontos, a um número de sujeitos com características pré-estabelecidas, cujas respostas dadas compõem os cartogramas que formam o atlas. Utilizou-se o Questionário Semântico-Lexical (QSL), versão 2000, do Projeto ALiB - Atlas Linguístico do Brasil. Em cada um dos pontos, entrevistaram-se adultos de 18 a 30 anos e de 50 a 65 anos, de ambos os gêneros, que tivessem estudado apenas até a 8a série do Ensino Fundamental. Os dados colhidos durante as entrevistas geraram os histogramas, os gráficos e as tabelas, cujos registros mostram a diversidade semântico-lexical do falar da região, posteriormente documentada nos 208 cartogramas linguísticos. Para o tratamento qualitativo do corpus, esta tese fundamenta-se nas postulações teóricas de Muller (1968), Coseriu (1973), Pottier (1978) e Barbosa (1989). Para o tratamento quantitativo, baseia-se nos postulados da Linguística Quantitativa de Muller (1968 e 1977) e em seus estudos relativos à Estatística Lexical. Ao final, obteve-se um total de 148 lexias com alta frequência (≥ 50%) e distribuição regular que revelam a norma da região. Com 100% de frequência e presentes em todos os pontos encontram-se as seguintes lexias: arco-íris, janeiro [...] (meses do ano), ontem, amendoim, girassol, carrinho de mão, beija-flor, papagaio, calcanhar, banguelo, fanhoso, gêmeos, isqueiro, canjica, ônibus.

Referência: ENCARNAÇÃO, Márcia Regina Teixeira da. Atlas semântico-lexical de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba - municípios do Litoral Norte de São Paulo. 2010. 741f.  Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

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Dissertação apresentada em 2012, por Valter Pereira Romano, constituída de dois volumes, estuda aspectos fonéticos e lexicais da fala de londrinenses. Com 50 cartas mistas de caráter lexical, sete cartas mistas de caráter fonético e 15 cartas mistas fonéticas quantitativas, o atlas contempla a perspectiva pluridimensional da variação linguística e investiga mudanças em tempo real e tempo aparente. A pesquisa analisou a fala de 44 informantes em dez pontos de inquérito. A seleção de informantes foi realizada, adotando-se os critérios metodológicos do Projeto ALiB, e utilizou-se o questionário do Atlas Linguístico do Paraná.

Referência: ROMANO, Valter Pereira. Atlas Geossolinguístico de Londrina: um estudo em tempo real e tempo aparente. 2012. 366f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012.

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Resumo: O Nordeste é a região brasileira com maior número de estados e foi o berço da colonização portuguesa no Brasil. Nesse meio, encontra-se Pernambuco, que teve participação ativa em diversos episódios na história do país. Além disso, o referido estado possui uma cultura popular considerável, a começar pelo seu modo de falar visivelmente imitado. Por isso, faz-se necessário armazenar essa cultura linguística por meio de uma metodologia apropriada à coleta de dados que abrangem o espaço geográfico de quase 100.000 km². Assim, esta tese busca documentar esse falar característico com a criação do Atlas Linguístico de Pernambuco, a fim de manter viva a memória linguística do Estado e oferecer subsídios para minimizar a escassez de trabalhos geolinguísticos sobre o falar pernambucano. Ousando caracterizar esse atlas estadual como pertencente à quarta geração, foram seguidos os pressupostos teóricos da Dialetologia contemporânea sob os auspícios metodológicos da Geolinguística Pluridimensional (THUN & ELIZAINCÍN, 2000) e, após a escolha de vinte pontos de inquéritos distribuídos em toda a extensão territorial de Pernambuco, foi aplicado o Questionário-padrão do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), ao qual também foram acrescentadas questões semântico-lexicais de temas específicos da cultura do estado quais sejam frevo, maracatu, renascença e barro. Os oitenta e quatro informantes foram escolhidos segundo critérios preconizados por Cardoso (2010), com faixa etária de 18 a 30 anos e de 50 a 65 anos e escolaridade inferior ao sexto ano do Ensino Fundamental, adicionando-se os informantes de curso superior completo naturais da capital. Após as transcrições das respostas dos inquéritos, foram construídas 6 cartas introdutórias e 105 cartas linguísticas, divididas em 50 cartas fonéticas, 47 cartas semântico-lexicais e 8 cartas morfossintáticas, que possibilitaram o registro cartográfico das ocorrências mais relevantes.

Referência: SÁ, Edmilson José de. Atlas Linguístico de Pernambuco. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa. 2013.

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Com base teórico-metodológica da Dialetologia Pluridimensional (RADTKE e THUN, 1996; THUN, 2000, 2005 etc.), esta tese de doutorado apresenta sobretudo um atlas linguístico pluridimensional do português paulista (conhecido como "dialeto caipira") nos níveis semântico-lexical e fonético-fonológico e faz contribuições metodológicas de diferentes naturezas. Trata-se de contribuições à metodologia de coleta de dados empíricos, à metodologia de organização de corpora, e à metodologia de elaboração de atlas linguísticos pluridimensionais. No campo analítico, uma das contribuições deste estudo refere-se às contrapartes (a)fonéticas do arquifonema /R/ em quatro situações de coda silábica: externa de desinência infinitiva (DI) seguida por pausa; (ii) externa em sílaba tônica (que não de DI) seguida por pausa; (iii) interna em sílaba tônica; e (iv) interna em sílaba átona. Quanto à situação (i), a seguinte hipótese em específico foi testada: os jovens entre 18 e 36 anos de idade do Médio Tietê (esp. aqueles com alta escolaridade, AE) estão produzindo a variante [ ɻ ] (a aproximante retroflexa, conhecida como "erre caipira") para o /R/ na situação (i) sob uma frequência relativa inferior àquela a ser observada entre os mais velhos a partir de 55 anos de idade (esp. aqueles com baixa escolaridade, BE). Como resultado, a fala dos jovens revelou-se na verdade mais albergadora da variante [ ɻ ] do que a fala dos mais velhos. A frequência relativa do fone referido em perspectiva com suas covariantes foi de 57% entre os jovens com AE e 62% entre os jovens com BE (contra 45% entre os mais velhos com AE e 30% entre os mais velhos com BE). Os dados são de 80 voluntários moradores em alguns dos municípios mais antigos do interior paulista: Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Araçariguama, São Roque, Sorocaba, Itu, Porto Feliz, Tietê, Capivari e Piracicaba. A coleta dos dados realizou-se com a aplicação dos instrumentos metodológicos do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB, 2014) com modificações, gerando um conjunto de corpora, constituído por corpora semântico-lexicais, corpora fonético-fonológicos, um corpus metalinguístico-etnográfico e corpora extralinguísticos. Como base de dados, esse conjunto de corpora permitiu a elaboração do atlas linguístico de maneira a contemplar, além da dimensão diatópica inerente a esse empreendimento cartográfico e geolinguístico, ainda as dimensões diastrática, diagenérica e diageracional. No campo teórico-metodológico, uma das contribuições mais importantes deste trabalho reside no desenvolvimento de uma série de procedimentos ao inquérito semântico-lexical a qual denominamos 'técnica de entrevista orientada à contundência responsiva/anuente', diretamente baseada na 'técnica de entrevista de três tempos', por sua vez concebida pelo Dr. Thun (ADDU, 2000). Esta pesquisa só foi possível graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (procs. 2015/14038-5 e 2011/51787-5), do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico – DAAD (prog. 57214225) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES (proc. 0128-16-3 / 99999.000128/2016-03).

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Com base teórico-metodológica da Dialetologia Pluridimensional (RADTKE e THUN, 1996; THUN, 2000, 2005 etc.), esta tese de doutorado apresenta sobretudo um atlas linguístico pluridimensional do português paulista (conhecido como "dialeto caipira") nos níveis semântico-lexical e fonético-fonológico e faz contribuições metodológicas de diferentes naturezas. Trata-se de contribuições à metodologia de coleta de dados empíricos, à metodologia de organização de corpora, e à metodologia de elaboração de atlas linguísticos pluridimensionais. No campo analítico, uma das contribuições deste estudo refere-se às contrapartes (a)fonéticas do arquifonema /R/ em quatro situações de coda silábica: externa de desinência infinitiva (DI) seguida por pausa; (ii) externa em sílaba tônica (que não de DI) seguida por pausa; (iii) interna em sílaba tônica; e (iv) interna em sílaba átona. Quanto à situação (i), a seguinte hipótese em específico foi testada: os jovens entre 18 e 36 anos de idade do Médio Tietê (esp. aqueles com alta escolaridade, AE) estão produzindo a variante [ ɻ ] (a aproximante retroflexa, conhecida como "erre caipira") para o /R/ na situação (i) sob uma frequência relativa inferior àquela a ser observada entre os mais velhos a partir de 55 anos de idade (esp. aqueles com baixa escolaridade, BE). Como resultado, a fala dos jovens revelou-se na verdade mais albergadora da variante [ ɻ ] do que a fala dos mais velhos. A frequência relativa do fone referido em perspectiva com suas covariantes foi de 57% entre os jovens com AE e 62% entre os jovens com BE (contra 45% entre os mais velhos com AE e 30% entre os mais velhos com BE). Os dados são de 80 voluntários moradores em alguns dos municípios mais antigos do interior paulista: Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Araçariguama, São Roque, Sorocaba, Itu, Porto Feliz, Tietê, Capivari e Piracicaba. A coleta dos dados realizou-se com a aplicação dos instrumentos metodológicos do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB, 2014) com modificações, gerando um conjunto de corpora, constituído por corpora semântico-lexicais, corpora fonético-fonológicos, um corpus metalinguístico-etnográfico e corpora extralinguísticos. Como base de dados, esse conjunto de corpora permitiu a elaboração do atlas linguístico de maneira a contemplar, além da dimensão diatópica inerente a esse empreendimento cartográfico e geolinguístico, ainda as dimensões diastrática, diagenérica e diageracional. No campo teórico-metodológico, uma das contribuições mais importantes deste trabalho reside no desenvolvimento de uma série de procedimentos ao inquérito semântico-lexical a qual denominamos 'técnica de entrevista orientada à contundência responsiva/anuente', diretamente baseada na 'técnica de entrevista de três tempos', por sua vez concebida pelo Dr. Thun (ADDU, 2000). Esta pesquisa só foi possível graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (procs. 2015/14038-5 e 2011/51787-5), do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico – DAAD (prog. 57214225) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES (proc. 0128-16-3 / 99999.000128/2016-03).

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Com base teórico-metodológica da Dialetologia Pluridimensional (RADTKE e THUN, 1996; THUN, 2000, 2005 etc.), esta tese de doutorado apresenta sobretudo um atlas linguístico pluridimensional do português paulista (conhecido como "dialeto caipira") nos níveis semântico-lexical e fonético-fonológico e faz contribuições metodológicas de diferentes naturezas. Trata-se de contribuições à metodologia de coleta de dados empíricos, à metodologia de organização de corpora, e à metodologia de elaboração de atlas linguísticos pluridimensionais. No campo analítico, uma das contribuições deste estudo refere-se às contrapartes (a)fonéticas do arquifonema /R/ em quatro situações de coda silábica: externa de desinência infinitiva (DI) seguida por pausa; (ii) externa em sílaba tônica (que não de DI) seguida por pausa; (iii) interna em sílaba tônica; e (iv) interna em sílaba átona. Quanto à situação (i), a seguinte hipótese em específico foi testada: os jovens entre 18 e 36 anos de idade do Médio Tietê (esp. aqueles com alta escolaridade, AE) estão produzindo a variante [ ɻ ] (a aproximante retroflexa, conhecida como "erre caipira") para o /R/ na situação (i) sob uma frequência relativa inferior àquela a ser observada entre os mais velhos a partir de 55 anos de idade (esp. aqueles com baixa escolaridade, BE). Como resultado, a fala dos jovens revelou-se na verdade mais albergadora da variante [ ɻ ] do que a fala dos mais velhos. A frequência relativa do fone referido em perspectiva com suas covariantes foi de 57% entre os jovens com AE e 62% entre os jovens com BE (contra 45% entre os mais velhos com AE e 30% entre os mais velhos com BE). Os dados são de 80 voluntários moradores em alguns dos municípios mais antigos do interior paulista: Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Araçariguama, São Roque, Sorocaba, Itu, Porto Feliz, Tietê, Capivari e Piracicaba. A coleta dos dados realizou-se com a aplicação dos instrumentos metodológicos do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB, 2014) com modificações, gerando um conjunto de corpora, constituído por corpora semântico-lexicais, corpora fonético-fonológicos, um corpus metalinguístico-etnográfico e corpora extralinguísticos. Como base de dados, esse conjunto de corpora permitiu a elaboração do atlas linguístico de maneira a contemplar, além da dimensão diatópica inerente a esse empreendimento cartográfico e geolinguístico, ainda as dimensões diastrática, diagenérica e diageracional. No campo teórico-metodológico, uma das contribuições mais importantes deste trabalho reside no desenvolvimento de uma série de procedimentos ao inquérito semântico-lexical a qual denominamos 'técnica de entrevista orientada à contundência responsiva/anuente', diretamente baseada na 'técnica de entrevista de três tempos', por sua vez concebida pelo Dr. Thun (ADDU, 2000). Esta pesquisa só foi possível graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (procs. 2015/14038-5 e 2011/51787-5), do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico – DAAD (prog. 57214225) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES (proc. 0128-16-3 / 99999.000128/2016-03).

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