Lexicólogo, etimólogo, filólogo e dialectólogo, Antenor Nascentes muito contribuiu para os estudos da língua portuguesa. O interesse pelas questões de dialectologia brasileira esteve sempre presente em sua obra e foram, da sua parte, motivo de anotação, os fenômenos linguísticos quer no campo da fonética, como no da morfologia, da sintaxe e do léxico. A sua visão, entretanto, ia mais longe e entendia que o conhecimento efetivo do português do Brasil somente se daria no momento em que se tivesse descrito a língua em todo o território nacional.
Publica, então, as Bases para a elaboração do atlas linguístico do Brasil, em 1958, justamente depois que a Portaria 536/26.maio.52 inclui no seu Art. 2º a elaboração do atlas linguístico do Brasil. Nessa obra, da qual se edita o vol. II em 1961, lança, como o próprio título já indica, as bases para o atlas linguístico do Brasil. Discute na primeira introdução, ou primeiro capítulo, se se quiser assim chamar, as vantagens de um atlas feito ao mesmo tempo para todo o país, mas reconhece a impossibilidade de sua realização nesses termos e entre nós. Argumenta, principalmente, com a vastidão de nosso território, fator que funciona como óbice para tal objetivo não só entre nós, mas também para países outros com melhores condições do que o nosso.
Reúne, nas Bases, e após recomendar que os atlas regionais sejam inicialmente feitos onde já se tenham realizado sondagens, informações sobre quatro pontos fundamentais na realização da pesquisa dialetal: